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Postado em 25 de Março de 2021
Mulheres no tatame: os 10 principais motivos para praticar Jiu-Jitsu
O Jiu-Jitsu é um esporte que vêm se tornando cada vez mais procurado pelas mulheres. A prática chegou ao Brasil em 1914, por um especialista nas artes marciais do Oriente, o japonês Mitsuyo Maeda, que passava por uma turnê pela América do Norte e Central, e apresentou pela primeira vez no continente, o judô e o Jiu-Jitsu.
Quando falamos de mulheres no tatame, estamos falando de força, garra e determinação, sendo um esporte bem especial para elas, que promove muitas vantagens e benefícios. E é sobre isso que vamos falar hoje. Continue conosco para saber mais!
Eu sou a @fefonsecapersonal, profissional pós-graduada em educação física, graduanda em fisioterapia e professora faixa preta de Jiu-Jitsu. Atualmente, ministro aulas para mulheres na @drillbjjsc.
O Jiu-Jitsu através do tempo
Você pode imaginar que quando o mestre Maeda introduziu a prática aqui no Brasil, nos primeiros anos do século XX, a prática era de exclusividade do público masculino. Naquela época, um de seus alunos, Carlos Gracie, tinha um irmão franzino e de saúde frágil, chamado Hélio, que acabou criando uma técnica própria, baseada em alavancas – golpes que usam todo o peso do corpo (o seu e o do adversário). Hélio viveu até os 95 anos. Morreu em 2009 e, segundo a família, ainda ensinava e treinava no tatame até 10 dias antes de falecer.
Ao iniciar no esporte, ele constatou que o sistema funcionava melhor ainda no chão, onde o peso do corpo atingia sua força máxima. Nessa dupla estratégia – privilegiar as alavancas e levar a luta ao solo – está sua grande contribuição à luta original, possibilitando que um lutador mais fraco vença oponentes pesados.
A primeira mulher faixa preta foi Yvone Duarte que começou a treinar em 1978, aos 14 anos. Na sua época os campeonatos eram exclusivamente masculinos. Então, junto com outras mulheres da equipe do Mestre Osvaldo Alves, começou a pressionar a Federação do Rio de Janeiro para que abrissem categorias femininas. Em 1985, na faixa azul, ela disputou e ganhou o primeiro campeonato com categoria feminina. Hoje, a grande pioneira do BJJ feminino no Brasil é faixa preta 5º grau.
Mesmo com toda dificuldade ela persistiu e hoje o Jiu-Jitsu feminino vem se disseminando cada vez mais, e grandes atletas tem se destacado assim como os homens.
Minha história com o Jiu-Jitsu
Eu conheci o Jiu-Jitsu em 2006. Para ser sincera, comecei a praticar o esporte pois cansei de ficar esperando meu namorado treinar. Um belo dia o professor dele me perguntou se eu gostaria de “gastar” esse tempo da espera treinando também. Eu aceitei a proposta, e isso mudou a minha vida. Na primeira aula quebrei 2 dedos do pé, mas o curioso é que isso me deu forças para voltar na segunda aula 😜, com o pé roxo e quase sem conseguir apoiar no chão. Desde lá nunca mais parei. Dizer que em todo meu caminho no Jiu-Jitsu eu não sofri preconceitos seria faltar com a verdade, mas, mesmo assim não desisti, pois graças a Deus em toda minha jornada pude contar com pessoas incríveis que me incentivaram e até hoje me incentivam.
Participei de alguns campeonatos do circuito catarinense e do sul-americano. Porém, não tinha como me dedicar, pois pagava minha faculdade, tinha que trabalhar o dia inteiro e a essa altura do campeonato eu já era da categoria master, pois estava com mais de 30 anos (essa categoria na época não tinha quase ninguém de mulher). Nesse meio tempo, em 2013, tive a minha filha Alessa e um pouco depois, o Gael em 2017.
Como já era professora de educação física, decidi me dedicar a ensinar. Desde minha faixa azul eu era instrutora da minha equipe, na época a Behring. Na Behring eu era aluna direta do Ms Sylvio Behring onde tive toda minha base de defesa pessoal e a oportunidade de aprender muito sobre gerenciamento progressivo de comportamento inconveniente, método criado pelo Ms Sylvio. Participei de demonstração de defesa pessoal na Rio Sport Show em 2012, juntamente com o Ian Behring e Douglas Moura.
No final do ano de 2014 eu tomei um rumo diferente do meu professor na época, fui acolhida na equipe Drill do mestre Paradeda, onde recebi minha faixa marrom e preta. E em 02 de fevereiro de 2020, depois de 14 anos de prática eu recebi minha faixa preta.
Durante a minha jornada no Jiu-Jitsu eu tive a oportunidade de treinar com algumas meninas, mas geralmente era apenas eu no meio de vários homens, que não me davam, e não me dão mole até hoje, e foram fundamentais para minha evolução no esporte.
10 motivos para você mulher começar a praticar jiu-jitsu o quanto antes
Falar de esporte sem falar de saúde é perda de tempo. Qualquer que seja a prática escolhida, sempre haverá benefícios, porém, quando falamos de luta, especificamente o Jiu-Jitsu, estes podem ser ainda maiores, e aqui eu listo os 10 principais, na minha opinião:
1. Nos tempos atuais de violência e principalmente contra as mulheres a DEFESA PESSOAL torna-se indispensável;
2. O Jiu-Jitsu colabora para a definição muscular, como os braços, abdômen e cintura. Torna a mulher mais definida, forte e saudável;
3. O esporte é uma baita ferramenta para a melhora da concentração e raciocínio no trabalho, no estudo e outras atividades;
4. A arte suave prioriza a humildade, disciplina, autoconfiança e o respeito dentro e fora do tatame;
5. Melhora também o sistema cardiovascular e respiratório, pois, durante o treino de Jiu-Jitsu temos muita alternância de intensidade, o que colabora com a evolução das suas condições físicas;
6. O Jiu-Jitsu desenvolve a capacidade de tomada de decisão sobre pressão;
7. O Jiu-Jitsu serve como terapia para relaxar as mulheres do estresse inerente aos problemas cotidianos e a longas jornadas de trabalho;
8. O Jiu-Jitsu é uma ferramenta de inclusão social e abre as portas para o mundo;
9. O Jiu-Jitsu melhora a qualidade de vida das mulheres, estimula um lifestyle saudável, em relação a alimentação, descanso, malhação, viagens, meditação, trabalho;
10. O Jiu-Jitsu funciona ainda como prevenção aos vícios, ao sedentarismo, à depressão, entre tantos perigos que podem nos surpreender em nossas jornadas.
Resumindo, uma das maiores vantagens da prática de Jiu Jitsu é proporcionar saúde e bem-estar! Mulheres que praticam essa arte, ganham em todos os sentidos da vida!
Conte pra gente se você já pratica o Jiu-Jitsu? Qual é o benefício que você mais gosta? Dê seu depoimento sobre como esse esporte impactou sua vida. Adoraríamos ouvir você.
Até a próxima!